domingo, 4 de novembro de 2012

A doença do consumismo

             A sociedade industrial moderna, devido a sua produção em grande escala e seu crescimento descontrolado, necessita inventar, sempre de novo, maneiras diferentes de se reproduzir. Sendo que seu objetivo último é o lucro, e não a felicidade e a realização integral das pessoas, o Ser humano passa a servir de instrumento e objeto de manipulação, ferido em sua liberdade e dignidade.  
             O termo "consumismo" passou a fazer parte do vocabulário do dia-a-dia das pessoas da rua, nas escolas, até mesmo nos meios de comunicação. De tanto ser usado, não chama mais a atenção, mas isso não quer dizer que ele não esteja funcionando! Vamos refletir um pouco sobre essa realidade. Devagar e em profundidade, como a gente costuma fazer, não? Então vamos lá.
             Esse termo é novo. Há 30 ou 40 anos atrás era escutado pela primeira vez. Aos poucos foi se generalizando e hoje está na boca de todos. Suas origens mais distantes estão na própria invenção da máquina. Quando as coisas eram feitas a mão, uma a uma, os produtos eram mais raros, até mesmo difíceis de encontrar. Com a invenção das máquinas automatizadas começou-se a fazer produtos aos milhares e milhões. Para todos, até mesmo para quem não quisesse, ou não pudesse tê-los. Estoques enormes. Que fazer então?
            Simples a solução foi criar um jeito para que eles deixassem os estoques. Começa então a propaganda. Mostra-se a vantagem, a comodidade, até mesmo a "necessidade" dos produtos. Todos devem comprá-los! Quem não possui tal produto, vale menos que os outros. Para ser uma pessoa moderna, atualizada, em dia com a situação, deve fazer isso, comprar aquilo.
             Através de um verdadeiro bombardeio de mensagens, motivações, incentivos etc., foi-se convencendo as pessoas a comprar. A propaganda torna-se uma verdadeira guerra. Inventam-se técnicas, estratégias até inconscientes, de engatar  as pessoas. E assim elas vão se acostumando, criando hábitos de comprar e gastar. É isso o consumismo: um hábito, um costume que se adquire. Alguns não aguentam mais deixar de ir ao shopping, de fazer compras. É quase que uma compulsão, como fumar ou beber. Chegam a fazer loucuras para conseguir dinheiro. Ao chegar o pagamento, já está todo empenhado.
              Novas estratégias- A indústria, por sua vez foi inventando novas maneiras de poder vender sempre mais. Umas das mais comuns é o que se chamou de "obsolescência planejada". Desculpe o palavrão, mas é isso mesmo: é a estratégia de produzir objetos que se estraguem e fiquem velhos (obsoletos) o mais rápido possível. Então são jogados fora e são comprados outros. Hoje em dia, se possível, se fariam só coisas descartáveis que depois de usadas uma vez fossem jogadas fora. Assim a gente ficaria sempre comprando coisas novas. Todo ano é preciso trocar o carro, a geladeira, o televisor, o aparelho de som etc. Ninguém pergunta se com isso os recursos naturais vão se esgotar, se a poluição aumenta, se é antiecológico. Você sabia que um plástico, por exemplo, demora 400 anos para se degradar? E nossos resgato, rios e lagoas cheios de objetos plásticos...
              E daí? - Não gostaria de terminar sem um desafio, e bem sério: a mentalidade consumista e descartável não fica apenas nas coisas, nos objetos. Ela passa a se manifestar nos valores. Assim como mudam e trocam os objetos, assim também se mudam e trocam os valores, as pessoas. Tudo se torna descartável. Tudo "é enquanto dura", como dizia um adolescente sobre a família. É o "ficar". Interessa é hoje. Amanhã é outro dia.
                                   

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