quinta-feira, 10 de maio de 2012

A santa segunda-feira.



    No livro Costumes em comum, o historiador britânico Edward P. Thompson comenta um costume em vários países da Europa desde o século XVI até o início do século XX: o de não trabalhar na chamada santa segunda-feira. Essa tradição, diz ele, parece ter sido encontrada nos lugares onde existiam indústrias de pequena escala, em minas e nas manufaturas ou mesmo na indústria pesada. Não se trabalhava nesse dia por várias razões, mas principalmente porque nos outros dias da semana a jornada era de 12 a 18 horas diárias. Assim, os trabalhadores procuravam compensar o excesso de horas trabalhadas. Havia ainda a dificuldade de desenvolver o trabalho na segunda-feira por causa do abuso de bebidas alcoólicas, comum nos fins de semana. Nas siderúrgicas, estabeleceu-se que as segundas-feiras seriam utilizadas para consertos de máquinas, mas o que prevalecia era o não trabalho, que às vezes se estendia às terças-feiras.
Foram necessários alguns séculos para disciplinar e preparar os trabalhadores para o trabalho industrial diário e regular.

2 comentários:

  1. Delegados, homens do Reichtag alemão!

    Durante meses, temos sido atormentados por um problema que nos foi forçado pela imposição (diktat) de Versalhes e que, devido à escalada e à deterioração da situação, se tornou, agora, absolutamente intolerável.

    Danzig [Gdansk] foi e é uma cidade alemã! O corredor era e é alemão! Todos estes territórios devem o seu desenvolvimento cultural exclusivamente ao povo alemão, sem os quais a barbárie absoluta reinaria naqueles territórios orientais. Danzig foi separada de nós! O corredor foi anexado pela Polónia! As minorias alemãs que lá vivem foram maltratadas da maneira mais cruel. Já nos anos de 1919-1920 mais de um milhão de pessoas de sangue alemão foram expulsas de suas casas. Como de costume, tentei alterar esta situação intolerável através de propostas de mudança pacíficas. É mentira, se em todo o mundo se disser que nós conseguimos as nossas propostas de mudança exercendo unicamente pressão. Houve muitas oportunidades, quinze anos antes de o Nacional-Socialismo assumir o poder, de se realizarem modificações por via pacífica.
    Isso não foi feito. Em cada caso específico, tomei na altura devida a iniciativa, não uma mas muitas vezes, de apresentar propostas de mudança de condições absolutamente intoleráveis... Uma coisa, porém, é impossível: a exigência de que uma mudança pacífica possa ser feita a partir de uma situação intolerável, e depois recusar-se obstinadamente a tal revisão pacífica. É igualmente impossível afirmar que, em tal situação, actuar de acordo com a nossa iniciativa de fazer a mudança é violar a lei.

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    1. Para nós, alemães, o diktat de Versalhes não é uma lei. Não se pode aceitar que alguém seja forçado, com uma pistola apontada e ameaçando matar à fome milhões de pessoas, a assinar um documento e depois proclamar que o documento com sua assinatura forçada seja uma lei solene...

      Embora estivesse profundamente convencido de que o governo polaco - possivelmente devido à sua dependência de um grupo de militares descontrolados e traiçoeiros - não estava seriamente interessado em realizar um verdadeiro acordo, eu, no entanto, aceitei a proposta do governo britânico de mediação.

      Estes afirmaram que não seriam eles próprios a continuar as negociações, mas garantiram-me que iriam estabelecer contactos directos com a Polónia e a Alemanha, para conseguirem que as negociações retomassem de novo. Devo declarar o seguinte: aceitei esta proposta. Para estas conversas elaborei os princípios que são conhecidos por todos! Então, eu e o meu governo esperámos dois dias completos à espera que o governo polaco se decidisse finalmente a enviar ou não um plenipotenciário! Até à noite passada não enviou nenhum plenipotenciário, mas informou-nos, através do seu embaixador que, naquele momento, estava a considerar a questão de saber se e em que medida poderia aceitar as propostas britânicas. E que informaria a Inglaterra da sua decisão.

      Membros do Reichstag! Se este tratamento pode ser dispensado ao Reich alemão e ao
      seu chefe de Estado, e o Reich alemão e o seu chefe de Estado se submetessem a este tratamento, então o povo alemão não merecia mais do que desaparecer da cena política! As minhas propostas de paz e a minha infinita paciência não devem ser confundidas com fraqueza, muito menos com cobardia! Portanto, informei a noite passada o governo britânico de que, estando as coisas como estão, não me tinha apercebido de qualquer interesse do governo polaco em entrar em conversações sérias connosco.

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